quarta-feira, 10 de novembro de 2010

8- DA SABEDORIA:

Muitas vezes, observando a evolução da humanidade até a atualidade, eu me pergunto: eram sábios os homens mais primitivos? Podemos considerar que sim. Embora, instintivamente, para a sobrevivência e preservação da espécie, criavam e transformavam, e sábio é todo aquele que cria, transforma, enfim, raciocina. Não precisa ser gênio, ou seja, inventar, transformar radicalmente algo até então imaginado imutável, descobrir e criar fórmulas milagrosas, gerar tecnologias impressionantes para se falar em sabedoria.. Todo homem comum, capaz de pensar, refletir e agir por conta própria é dotado de sabedoria, exceto aquele indolente, que prefere apenas seguir a sabedoria do outro (como a ovelha segue o pastor), se satisfaz com “a coisa pronta, a frase feita”, e repete mecanicamente orações decoradas. Esse descanso mental é a anti-sabedoria e acompanha os irresponsáveis que preferem seguir ídolos, eximindo-se de riscos, que nem mesmo nossos ancestrais mais primitivos eram capazes. No entanto, a sua passividade pode gerar elogios, principalmente por parte da casta dos sábios que os comandam. Esses, na maioria das vezes, são os líderes que criam ou desejam conservar um estado de coisas que lhes interessa, essa é a sabedoria da não-mudança, arte comum na política e na religião; a primeira para conservar seus propósitos, controlar o poder e comandar a massa, já a segunda através do auto-aniquilamento dos seus seguidores, e em nome de uma suspeita fé, vê pecado até na sabedoria.

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